quinta-feira, 5 de abril de 2012

Pequena biografia

Tive uma missão na escola de escrever uma biografia, o primeiro nome que me veio à cabeça foi Tcheco, sabia que iria me render uma atividade prazerosa e que além de um trabalho escolar seria um orgulho estar escrevendo sobre a vida do Capitão. A pesar de faltar algumas lagunas, acredito que ela tenha ficado boa e dado uma tracejada na grande carreira do Tcheco. Ah! Sobre a nota digamos que ganhei um 90 seguido de um “Parabéns! Muito Bom!”. Contudo isso não passa de um número, o que realmente vale para mim é o sentimento e as emoções. Espero que gostem! “A vida é uma boa chance para desfrutar das oportunidades que Deus nos deu”, o autor dessa frase se traduz muito nela, alguém sem grandes visualizações, mas que soube fazer história por onde passou. O jogador Tcheco. Dono de uma personalidade forte, mas de um coração grandioso, ficou caracterizado como um atleta que não só veste a camiseta de um clube por mera profissão. Onde há sua presença sempre se encontra muitas emoções e ótimas histórias para se contar. Como certa vez onde seu então time, o Grêmio, dependia de o resultado do jogo alheio para seguir vivo na briga pelo título. Ao terminar com êxito o jogo de que participava, Tcheco foi direto ao jornalista de uma radio que imediatamente lhe deu os fones de ouvido para escutar o final da outra partida. Os minutos que se seguiam eram de apreensão pura, ao terminar com o empate que se esperava, visivelmente emocionado ele pronuncia: “O Grêmio está vivo! A gente não é imortal pelo que faz em campo, mas pelo que diz o hino e pelo que representa o Grêmio!”.
Esse é um dos muito casos emocionantes, do jogador nascido em Curtiba-PR, dia 11 de Abril de 1976. Primogênito de Dona Zilma e Seu José Antonio, e irmão de Andressa, o então Anderson Simas Luciano, é orgulho da vovó, justamente a responsável pelo apelido. Tcheco conta empolgado que desde sedo foi enraizado ao Rio Grande do Sul, os seguidos “Tche” da vizinha gaúcha de sua avó, foram também suas primeiras palavras. Assim, carinhosamente ela passou a chama-lo de Tchezinho, Tchequinho e finalmente Tcheco. Questionado sobre a carreira, Tcheco afirma “desde criança sempre sonhei em ser jogador de futebol. Nunca me passou pela cabeça ser outra coisa”. Logo aos nove anos, compunha o vitorioso time de futsal do Paraná Clube, para só aos 17 calçar as chuteiras no Malutrom-PR. Ainda jovem, seu espírito de liderança e interesse pela tática foi despertado pelo seu primeiro técnico, Rubens Minelli, que lembra com orgulho do pupilo “O Tcheco é aquele jogador que todo técnico gostaria de ter. É uma espécie de treinador em campo, um tipo convencional ,mas imprescindível”. Essa alegria de jogar futebol vem passando para seu único filho, Leonardo, hoje com 10 anos, que joga aonde Tcheco começou e já está enchendo de orgulho o pai.
Seu talento começou a despertar quando segui para seu time de infância, o Coritiba-PR. Lá foi destaque e virou ídolo da torcida, conquistou um Campeonato Paranaense invicto e uma vaga para a Libertadores, resume o alvi-verde em: “O time que me abriu as postas para o futebol e onde tenho uma gratidão muito grande”. Seu próximo destino foi mais distante, a China, permaneceu por pouco tempo, mas necessário para render cômicas histórias, como comer gafanhotos, mosquitos ou sopa de burro. Na sequência seu passaporte teve o carimbo da Arábia Saudita, lá defendeu as cores preto e amarelo do Al-Ittihad. Foi um momento importante da sua carreira, conquistou todo o possível. Até hoje é tido como um grande ídolo, e os torcedores ao ter seu nome citado não hesitam: ”We miss you Tcheco” (Nós sentimos sua falta Tcheco). Sobre o time não faltam elogios: “Clube que guardo belas recordações e experiência de vida”. Mas com certeza a saudade da família e do filho, na época pequeno, foram fatores determinantes para voltar ao Brasil, ter uma passagem apagada pelo Santos e logo defender o Grêmio.
Raiava 2006 quando ele vestiu pela primeira vez a camiseta tricolor, foi o time de maior identificação e alegra-se em dizer: “Tenho orgulho de dizer para meu filho que um dia eu joguei em um time como esse”. Tendo Porto Alegre como sua “pátria”, o meio-campo, virou símbolo de liderança, raça e determinação, figurava sempre a camiseta 10 e a braçadeira de capitão. Conquistou dois Campeonatos Gaúchos e foi o grande destaque da campanha que rendou o vice campeonato da Libertadores em 2007, perdida para o Boca Juniors. Episódio impar em sua carreira onde não esconde: “Eu como capitão segurei o meu choro, na frente de todo mundo, até onde eu pude, mas cai em prantos mesmo embaixo do chuveiro no vestiário”. No fim daquele ano voltou para a Arábia, mas em menos de seis meses estava de volta, “Não queria saber de salário, de luvas, de contrato, de nada. Só queria voltar para dar um grande título ao clube”. Mais uma vez ele bateu na trave, foi vice campeão brasileiro, destaque que lhe rendeu premiações individuais na posição e ainda a chance de disputar outra Libertadores. Está cortada nas semi-final, assim seguiu seu último ano com a camiseta do Grêmio. Teve uma despedida grandiosa, com direito a camiseta especial, placas, homenagens e a chance de ouvir um estádio inteiro gritando seu nome. Passagem resumida como “uma coisa muito forte, eu sempre falo isso, mas não é da boca pra fora não, é de coração. Foram 3 anos e meio bem vividos dentro de campo,sempre com emoção, me identifiquei muito com o Grêmio, então vivi intensamente”. Poucos sabem, mas o Tcheco teve uma grande proposta para atuar no maior rival, o Internacional, mas ele recusou.
Xodó do técnico Mano Menezes, o Tcheco não teve outro caminho se não o Corinthians. Permaneceu por pouco tempo, teve lesões graves e na metade de 2010 retornou novamente “para casa”, como gosta de referir-se ao Coritiba. Ovacionado pela torcida e pela diretoria que o define como: “Uma pessoa importante e sensacional dentro e fora de campo”. Em sua volta ajudou o time a retornar a série A e no ano seguinte conquistou outro campeonato paranaense invicto. Então com 35 anos, no fim de 2011, o jogador planejava encerrar a carreira. Entretanto o pedido da torcida foi tão forte que fez com que mudasse de ideia e aceitasse a proposta de renovação por mais seis meses: “Levei em conta o pedido dos meus companheiros, a petição da torcida, que sempre me apoiou e pediu para eu continuar, e decidi pela continuidade”. Hoje continua sendo a cabeça pensante do time e fonte de onde a torcida sempre espera empenho e dedicação.
O Tcheco é um jogador diferenciado, não só pela técnica apurada, as cobranças de faltas minuciosas e os pênaltis certeiros, ele é diferente pela sua postura. O dono de discursos ponderados construiu um jogador modelo e raro no século XXI, por conseguir criar raízes e arrancar elogios não só da torcida, mas de dirigentes, jornalistas e todos aqueles que viviam no seu meio. Foi alvo de criticas como todos, mas jamais foi questionado pelo papel que desempenhava. Já jogou com febre, lesionado, quebrou o dedo em meio à partida, e ainda jogou até o final. Ele pode não ter figurado entre os maiores meio campos brasileiros ou não ter conquistado títulos de expressão no Brasil. Mas mesmo assim ele marcou seu nome, provando que ídolo de verdade vai além dos gramados. É figura sempre presente em jogos e ações beneficentes, assim como estampa sempre o sorriso no rosto e a simpatia, virando o que é pelo seu gesto e pelas atitudes. Por cada clube que passou, uma sementinha foi plantada, por isso é sempre lembrado com saudade. O Tcheco construiu um império de admiradores que se orgulham de seu trabalho e enchem a boca para falar seu nome. Podendo assim dizer que as oportunidades que ele teve em sua vida foram aceitas da melhor maneira possível por isso ele mesmo conclui “A gente tem que sonhar para viver”.

Um comentário:

  1. PARABÉNS THECO VC.ACIMA DE TUDO É UMA SER HUMANO DO BEM,E LHE ADMIRO ATÉ HOJE ,RICARDINHO ,RODRIGO BATATINHA PESSOAS FANTÁSTICOS ,TIVE A HONRA DE JOGAR FUTSAL COM VC.NO PARANÁ QUANDO NOSSO TÉCNICO ERA O CARLÃO SOU DE GUARAQUEÇABA NO LITORAL,ABRAÇOS UM DIA QUE APARECER POR AQUI SERÁ SEMPRE MUITO BEM RECEBIDO. EDIVALDO 98404-1492

    ResponderExcluir