Antes do jogo os dois times que ele tanto defendeu, Grêmio e Curitiba, esqueceram o lado da decisão e se uniram para em gestos agradecer ao Tcheco por toda dedicação no tempo que vestiu suas camisas: -São duas equipes muito importantes na minha carreira e tenho um verdadeiro respeito pelas duas. Fico feliz em ver esta união, principalmente para me homenagear, é um orgulho que me faz muito feliz.
O Presidente do Grêmio Paulo Odone lhe entregou uma placa que simbolizava em algumas palavras o que foi feito ao Tricolor. “Um jogador que honrou o manto tricolor. Um líder que comandou a Nação Gremista. Um capitão que lutou com o Grêmio até o final. Um homem que com toda a sua garra fez parte da história do Imortal Tricolor. Obrigada Tcheco! Um capitão imortal na memória de todos os gremistas!”
Três anos e meio resumidos nessas lindas frases. Chegou como mais um e foi embora como o único, dentre esses últimos anos foi um dos raros que criou uma identificação tão forte com o Grêmio, que ouviu o estádio retumbando seu nome e ganhou uma despedida a altura de todas as comemorações exuberantes, as palavras sempre ditas com emoção e algo que como ele diz, “não é da boca pra fora, é de coração mesmo”.
Além disso o Coritiba inaugurou em seu memorial a exposição “Tcheco Ídolo Eterno” que reúne diversos matérias da sua história, são fotos, camisas, troféus, medalhas, objetos pessoais além de um vídeo dos últimos momentos da sua carreira como atleta profissional. Além de vídeos internos de brincadeiras que só o Tcheco sabia fazer e histórias de quem sabe o que está falando. O Capitão deixou-se tomado pela emoção e esqueceu o lado triste de se encerrar uma carreira ao se deparar com a surpresa: - Ficou bonito. Fico muito grato e muito feliz pela homenagem aqui. Isso faz valer a pena tudo que eu fiz. Se Deus me desse à oportunidade eu faria tudo de novo. De tristeza. Por mais que já tenha parado, ainda sinto as pernas tremerem durante os jogos e a vontade de jogar. Agora é definitivo, não tem mais volta. É uma confusão de emoções.
A camiseta do jogo também teve seu detalhe especial, ao lado esquerdo do peito uma imagem de uma das belas comemorações do Tcheco acompanhavam o autógrafo e uma marcação representando o confronto entre os dois time e o dia da partida. Como já havia dito, todas as camisetas serão doadas a uma instituição de caridade.
No intervalo da partida o gramado do Couto Pereira pode sentir novamente os pés firmes do Tcheco, que deu uma volta olímpica para saudar os torcedores. Por onde passava as gargantas não cessavam. Orgulhoso e rodeado de crianças ele fazia referência de agradecimento a quem tanto tem a lhe agradecer. Outra bela iniciativa do Coritiba foi às publicações de alguns vídeos do Tcheco, cenas e episódios de bastidores que revelam a personalidade animada, engraçada e até o lado musical do Capitão. Depois de tudo isso só se pode concluir que a torcida sabe identificar seu ídolo, sabe quem vale aplaudir e quem realmente vive o futebol como o torcedor vive a paixão das arquibancadas. O Tcheco é o puro exemplo disso, não vieram grandes títulos, mas isso não foi um empecilho pra fazer história. Quem enxerga além dos limites consegue ver a essência pela qual se vale viver.
O Tcheco não é super herói nem possui super poder. Mas mostrou exatamente como se pode vencer, seja em campo ou fora dele. Não irá bastar a qualidade se não houver o empenho, nem a inteligência se não souber como usá-la e muito menos títulos se a honra e o respeito forem perdidos. O maestro do chororô, o Capitão, o rei da Arábia, o dono de discursos ponderados e gritos estridentes teve o reflexo de como cada gota de suor foi reconhecida. Ele é merecedor de todas essas homenagens e os sonhos do pequeno guri se traduziam em versos que ficarão na história. Diz a lei natural que tudo que vai volta, por isso o passado traçou caprichosas linhas até o presente, para que os momentos sejam inesquecíveis e as pessoas incomparáveis, assim como você Tcheco.
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